quarta-feira, 14 de julho de 2010

Hard Rock da Ascensão ao Auge e a Decadência

O mundo da música é formado por inúmeros gêneros e subgêneros. No mundo do Rock n’ Roll não poderia ser diferente; temos os estilos popularmente chamados de “clássicos”, que deram origem a muitos outros como o Hard Rock.
Em meados da década de 70 existiam grupos como Deep Purple, Aerosmith, Rainbow, Nazareth, Uriah Heep, dentre outros fazendo o Hard Clássico, com influências da música negra americana como o Blues (Great White é uma boa referência), influência de música renascentista e adicionando toques especiais como o uso de harmônicas e órgão Hammond, essenciais para o som da época.


Como tudo - ou quase tudo - tende para a evolução, no final da década de 70 a capital do Hard Rock estava tomando um toque de requinte de um dos estados mais “esbanjadores” de glamour da historia da humanidade. Na Califórnia / EUA, mais precisamente nas cidades de Los Angeles (L.A) e Las Vegas (Vegas), já estavam estourando bandas como Van Halen e Alice Cooper (este que, mesmo tendo uma postura essencialmente oitentista, já está na cena musical desde os anos 70), todas aproveitando o “boom” da cena que estava tomando proporções cada vez maiores. 


A explosão Hard Rock teve seu auge até meados dos anos 90 (1992/1993), quando cedeu lugar para uma outra vertente do Rock n’ Roll, tendo uma proposta bem simplista e mais direta, sem os excessos de outrora. O movimento era chamado de “Grunge”, tendo influência do Punk Rock e como mestres do estilo, nomes como The Ramones e Misfits. Na época, muito se falava de possíveis “brigas” de estilos/bandas, como o famigerado desentendimento da banda Guns n’ Roses e o mais novo ícone do Rock mundial, Nirvana. De fato, as duas “tribos” tinham objetivos, públicos e proposta bem antagônicas. Muitos críticos e músicos falam que o movimento Grunge e seus músicos foi o pior pesadelo do mundo Rock n’ Roll. “Kurt Cobain virou um garoto patético, perdido e de uma estupidez heróica”. - Pete Townshend, do The Who. Tal frase dá uma breve idéia da recusa por alguns “mostros sagrados” ao movimento Grunge. Grupos como Nirvana, Pearl Jam, Alice In Chains, Stone Temple Pilots e Soundgarden deram uma cara nova aos shows, sem as produções de milhões de dólares, palco bem simples, músicos com roupas de flanela e com uma cara de “quem dormiu sujo”, parecendo que tinha tempo que não via a cara de um chuveiro e sabão. Conseguiram atingir o grande estrelato, vendendo milhões de discos ao redor do mundo, movimentando a indústria fonográfica, garantindo a alegria de empresários com grana “brotando” quase que do chão e a alegria do público. Contudo, o Hard ainda dava seus suspiros, lógico, não como era em sua época de “ouro”, mas conseguia se arrastar, tendo alguns nomes levando a bandeira “poser” para frente. Mas foram poucos que conseguiram se sustentar. Já não havia muito espaço nas rádios, a MTV já não vinculava com tanta freqüência os clipes, o programa Headbanger’s Ball (programa para os fãs de Hard Rock e Heavy Metal exibido na MTV estrangeira) já estava sofrendo ameaça de não mais ser parte da programação da emissora, ou seja, todo aquele glamour do Hard com mulheres lindas, Harley Davidson’s, Jack Daniel’s, guitarras Gibsons, groupies, turnês mundiais e discos sendo vendidos igual côco gelado na praia de Ipanema no sábado, já não existia mais.


Eu confesso, nunca fui muito fã do movimento Grunge, sempre achei que faltava mais técnica dos músicos, a timbragem das guitarras quase sempre soava como caixa de abelha para meus ouvidos, sempre me passavam a idéia de estarem fazendo um enorme sacrifício/favor de estarem no palco, vide algumas apresentações do Nirvana (Hollywood Rock de 1993, por exemplo), Cobain cantava com uma má vontade “daquelas” e eu também não gostava do lance de parecer sempre sujo, poxa vida, custa tomar um banho e colocar um shampoo naquele cabelo ensebado (Meninas, Hard Rockers sempre tomam banho e são “cheirozinhos”, tá?!?). Mas dou o “braço à torcer” e não tenho qualquer problema em dizer que em algumas coisas eles acertaram a mão. Músicas como Alive e Even Flow – Pearl Jam - e Would e Man in the Box – Alice In Chains - , para mim são clássicos absolutos dos anos 90.


Mas nem tudo era perfeito para o movimento Grunge. O líder e principal figura da banda Nirvana, o vocalista Kurt Cobain, foi encontrado morto em sua casa. O laudo da perícia diz que ele se suicidou, mas muitos criticam e duvidam de tal fato, alguns chegam acreditar que a própria esposa de K. Cobain (Courtney Love Cobain) foi a responsável pela morte do jovem rapaz, mas isso ninguém saberá, de fato. O caso foi arquivado e não há nenhum interesse por parte das autoridades e muito menos da viúva que o caso seja rediscutido. Esse episódio foi o começo do fim da era Grunge. A banda Nirvana teve seu fim depois do tal “suicídio”, o baterista Dave Growl segue na música, montou a banda Foo Fighters e o baixista Chris Novoselic tentou se projetar em algumas bandas, mas não conseguiu nenhum reconhecimento e acabou virando ativista político em Washington, capital dos Estados Unidos e sua cidade natal.



O surgimento do Novo e a volta do Velho


Com o novo século novinho em folha batendo na porta, nada melhor que começar com um estilo novo de Rock n’ Roll, o New/Nu Metal. A idéia inicial do Nu Metal era (e ainda é) mesclar Rap, bases em samplers com o peso do Heavy Metal, bem coisa de americano mesmo, e foi exatamente na terra do Tio Sam onde o estilo teve mais adeptos. Grandes bandas surgiram desse movimento como Korn, Limp Bizkit, Slipknot, Static X, Taproo, Coal Chamber, Orgy, Kittie, Mudvayne, Kid Rock e Linkin Park. Não se falava em mais nada que não fosse o novo estilo. Todos os meios de comunicação, inclusive canais como MTV (e suas outras vertentes como MTV2 e MTV Hits) e o canal VH1 aproveitaram a grande oportunidade da nova safra de bandas para repaginar toda a sua programação, moldando muitos outros programas a esse novo mercado. Até o ano de 2005 e 2006, o novo “queridinho” da América tinha bons retornos em qualquer lugar do globo. Diversas bandas veteranas, como o Metallica e Ozzy Osbourne, seguiam em turnê com Linkin Park, Korn e Kid Rock, garantindo a união da velha escola de se fazer o Rock n’ Roll com a mais nova “fornada de bandas”, lotando todos os lugares, sejam estádios ou arenas por onde passavam e tendo apoio de grandes festivais mundiais como OZZFEST e ROCK AM RING. Outros músicos de grande influência no mundo do Rock como Bruce Dickinson, vocalista do Iron Maiden, deixam claro não estarem tão à favor do novo direcionamento, pontuando: “Korn é apenas moda. Ouça o primeiro álbum do Black Sabbath. Este nunca estará ultrapassado. Agora ouça um álbum do Korn. Eu me pergunto o que as pessoas vão pensar dos trabalhos deles daqui a 20 anos. Serão eles, realmente, o futuro do Rock N' Roll ou eles são a Cinderela do ano 2000?” - Bruce Dickinson.


Eu nunca acreditei em uma longa vida ao New/Nu Metal. Nunca foi um estilo que me cativasse. Sempre achei as composições meio genéricas e que forçavam um pouco a barra. Mas, uma coisa devo dizer: os videoclipes são bem legais, têm ótimas produções. Lógico, com a grana que as gravadoras investiam nessas bandas, era o mínimo a se ter. Nada que tire o brilho dos vídeos, claro. Clipes de bandas como Slipknot e Coal Chamber são bem legais. Esta última tem uma sacada bem legal. Para mim é das poucas coisas legais do estilo. Pelo menos, salvou-se algo, né?! Hoje o estilo mantém-se ativo, mas não com a popularidade de anos atrás. Algumas bandas já não lançam discos com tanta freqüência, mas ainda há turnês, shows esporádicos com bandas de mesmo estilo em pequenos festivais e demais características que fazem suas carreiras seguirem de uma forma mais modesta.


Desde o seu fim, por assim dizer, o Hard Rock - ou Farofa como é conhecido aqui no Brasil - vinha caminhando lentamente, conseguindo sobreviver nas sombras do “mainstream”. Inúmeros músicos foram obrigados a abandonar suas respectivas bandas, trabalhar como músicos de estúdio, fazer trilhas sonoras para filmes, trampar com produções e até mesmo mudar totalmente de estilo de vida, largando o mundo musical e se dedicando a outras atividades, como o caso do baixista Pat Badger (Extreme). que se dedicou à criação de animais em sua fazendo em Boston, ou seja, os anos 90 definitivamente não foram “belos” para o Hard Rock.



Bibliografia:
http://www.metalclube.com/novo/artigos/metal-em-questao/5604-hard-rock-da-ascensecadia.html

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